
Existem diferentes formas de comprar sem financiamento e, portanto, de você adquirir um bem ou serviço sem se submeter aos juros altos e prazos engessados dos bancos. Uma delas é o consórcio, outra é a compra programada e até negociações diretas com fornecedores entram em jogo.
Essas e outras alternativas estão voltadas ao alcance de uma meta, mas de forma a não perder o controle sobre o dinheiro ou se afundar em dívidas.
Neste artigo, você vai entender como cada uma delas funciona e descobrir qual pode ser a mais vantajosa para o seu perfil e objetivo, mas, antes, certifique-se de compreender o alerta adiante.
Alerta! Por que evitar o financiamento bancário?
Depois de meses pesquisando, André encontrou o carro que sempre quis e optou por financiá-lo. Só na hora de assinar o contrato, ele percebeu que, em cinco anos, pagaria quase o dobro do valor do veículo por causa dos juros e das taxas do financiamento.
Esse exemplo fictício responde à pergunta aqui de cima, não?
Segundo o Banco Central, a taxa média de juros para financiamentos de veículos no Brasil, por exemplo, ultrapassou os 25% ao ano em 2024.
Já no caso de imóveis, embora os juros sejam menores, o prazo longo de pagamento e as correções monetárias podem fazer com que o consumidor pague duas vezes ou até mais o valor originalmente contratado!
Então, mesmo com a suposta acessibilidade, a maioria desses investimentos se torna um peso no longo prazo.
Não à toa, brasileiros estão evitando o financiamento: de acordo com a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas e o SPC Brasil, sete em cada 10 consumidores têm buscado formas de compra que não envolvam endividamento com instituições financeiras.
Essa mudança de comportamento está alinhada às tendências de consumo que valorizam decisões mais conscientes, compras com mais planejamento, menor exposição ao risco e uso mais eficiente dos recursos.
5 alternativas interessantes ao financiamento tradicional
Entre as novas formas de adquirir bens que podem ajudar você a evitar dívidas e a ter mais controle sobre o seu orçamento, estão a compra à vista, a compra programada, o investimento com resgate planejado e o consórcio em detrimento do financiamento.
Ainda, existe a possibilidade do uso de bens, sem aquisição, através da participação num ciclo de economia compartilhada. Leia mais sobre cada alternativa, agora mesmo.
1. Compra à vista
Pode pagar à vista sem ficar no vermelho? Faça isso!
Quando o pagamento é de um bem ou serviço é integral, ou seja, feito totalmente na hora da compra, muitos vendedores negociam um bom desconto ou bons benefícios.
Esse tipo de vantagem é comum em lojas de móveis, eletrodomésticos, materiais de construção, na contratação de serviços, em clínicas e laboratórios particulares, em concessionárias e assim por diante.
Para que a negociação funcione:
- Pesquisar médias de valores e chegue preparado(a)
- Não apresse o vendedor para fechar a compra e não se mostre ansioso(a)
- Prefira Pix ou transferência bancária para uma conta PJ, preferencialmente
E não movimente sua reserva de emergência ou deixe de pagar contas fixas para arcar com seus gastos.
2. Compra programada
A compra programada, feita diretamente com o fornecedor do bem ou serviço, exige calma e uma negociação documentada para que ninguém pise na bola.
No geral, essa opção funciona de forma simples: o cliente e o fornecedor combinam um valor fixo a ser pago mensalmente até que o total da aquisição seja quitado. Na maioria dos casos, só então, o produto ou o serviço é entregue.
A compra programada, portanto, pode ser considerada uma espécie de “reserva com pagamento antecipado”, e tem quem opte por ela para trocar móveis de um cômodo, organizar uma festa de casamento, fechar um procedimento estético etc.
Marina, outro exemplo fictício, em vez de financiar armários e eletrodomésticos para a cozinha de seu novo apê, procurou uma loja que oferecia a opção de pagamento parcelado antes da entrega, fechou o valor total, dividiu em seis vezes sem juros e, seis meses depois, recebeu sua “encomenda”.
Ela investigou bastante a empresa antes de decidir comprar, formalizou o acordo por escrito, com prazos e valores bem definidos, pagou suas mensalidades em dia e ficou feliz da vida! Que tal?
3. Investimento com resgate planejado
Agora, se você tem tempo para se organizar e quer fazer seu dinheiro render antes de usá-lo em uma compra importante, substitua a poupança ou a conta corrente por um investimento numa aplicação com data de vencimento ou possibilidade de resgate mais rápido, como:
- Tesouro Direto (IPCA ou prefixado)
- Certificados de Depósito Bancário (CDBs)
- Letras de Crédito Imobiliário (LCIs)
- Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs)
- Fundos de investimento de renda fixa
A proposta funciona bem para comprar um carro, dar entrada em um imóvel, pagar um curso ou fazer uma viagem, afinal, talvez ainda role um rendimento maior do que o valor a ser gasto. Só tome cuidado para não investir em algo que apenas poderá ser resgatado depois da data que você tem em mente!
Também vale ficar atento(a) à liquidez e aos impostos, já que resgatar antes da hora pode trazer perdas financeiras.
4. Economia compartilhada
A economia compartilhada funciona a partir do uso coletivo de bens recursos, com base em acordos que reduzem os custos para todos os envolvidos, eliminando a necessidade de compra, mas, consequentemente, ajudando muita gente a evitar recorrer aos financiamentos.
Ela existe quando alguém opta por alugar um veículo mensalmente em vez de adquirir seu próprio carro, quando alguém que vai à mesma cidade uma vez por semana opta por se hospedar em um AirBnb em vez de alugar ou comprar um imóvel e assim por diante.
E tem ganhado força também entre pessoas que procuram por equipamentos profissionais, ferramentas, espaços de trabalho e até roupas!
Segundo a consultoria PwC, a economia compartilhada deve movimentar mais de US$ 335 bilhões até o fim de 2025 em todo o mundo, impulsionada pelo acesso facilitado, pela redução de custos e pela valorização do consumo consciente.
5. Consórcios
O ato de fazer um consórcio é a quinta, última e, talvez, mais interessante forma de comprar sem recorrer a financiamento.
Sem juros em nenhuma hipótese, o consórcio depende do pagamento mensal de parcelas cujo valor será adequado ao seu orçamento, às suas possibilidades e aos seus objetivos, principalmente se você contratar a modalidade através de administradoras e corretoras com anos de atuação nesse mercado.
E você pode ou não dar lances para acelerar o recebimento da sua carta de crédito, fica à seu critério! Depois, vai ser só usar o valor numa negociação – como a de uma compra à vista! – com a pessoa ou empresa fornecedora do bem ou serviço desejado.
João, outro exemplo fictício, como André e Marina, decidiu fazer um consórcio de automóveis para comprar uma moto, pois estava cansado de ir de ônibus para o trabalho.
Ele simulou a carta de crédito pela internet, mesmo, registrando o valor que queria pagar todo mês e quanto custava a melhor moto para o seu objetivo. Durante o tempo em que participou do consórcio, organizou o orçamento para não atrasar nenhuma parcela e, em 11 meses, João havia sido contemplado.
Na concessionária, ele negociou a moto, pagando-a à vista com a carta de crédito do consórcio, garantiu um desconto no valor final e ainda cobriu as despesas com documentação.
Quer comprar sem juros? Já sabe!
Busque por uma corretora de consórcios certificada, faça algumas simulações online e gratuitas até encontrar a melhor opção ou converse com um especialista, arque com suas mensalidades em dia e aguarde a contemplação.
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