Educação financeira em 6 passos + checklist

A educação financeira pode acontecer em qualquer momento da vida: basta você querer dar os primeiros passos e, por exemplo, cortar gastos desnecessários e batalhar para guardar uma reserva de dinheiro todo mês, mesmo que pequena.

Saber o que entra e o que sai do seu bolso ou da sua conta e administrar aquilo que você tem, evitando gastar o que não tem, são hábitos financeiros saudáveis, essenciais para você tomar decisões com mais segurança, se preparar para imprevistos ou até poder fazer algo diferente de vez em quando.

E nós sabemos: essas e outras atitudes listadas no decorrer deste artigo exigem, sem dúvidas, organização e planejamento, mas só com elas o seu patrimônio estará devidamente administrado.

Quer ter tranquilidade no futuro, clareza sobre suas prioridades de investimentos, evitar dívidas que podem virar uma bola de neve, fazer compras planejadas e aproveitar aquelas oportunidades de ouro que aparecem por aí? Eduque-se financeiramente.

Continue a leitura para aprender tudo.

Atenção aos dados!

O Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas aponta: 55% dos brasileiros dizem entender pouco (40%) ou nada (15%) sobre educação financeira. Fora isso, diversos levantamentos apontam: muita gente não sabe planejar gastos ou manter um controle financeiro em dia.

Ainda, uma pesquisa da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (FenaPrevi), feita em parceria com o Datafolha, mostrou que 84% das pessoas que vivem no Brasil se preocupam com o futuro, mas quase metade tem dificuldade em cortar gastos ou não consegue guardar dinheiro.

Que tal você fugir das estatísticas negativas com as dicas que vêm adiante?

Como organizar as finanças pessoais – Passo a passo

Entender a sua relação com o dinheiro, visualizar cada gasto e organizar um orçamento são apenas três das dicas essenciais de educação financeira para iniciantes. Explore um checklist completo agora mesmo:

1. Entenda a sua relação com o dinheiro

Dê um passo atrás e recorde todas as suas atitudes e movimentações dos últimos meses e anos. Pense exclusivamente naquelas que envolveram ganhos e gastos.

• Revise o histórico de pagamentos e faturas antigas para identificar hábitos recorrentes
• Repare em como certas emoções, ansiedade e tédio influenciam nas compras
• Observe seus compromissos financeiros e quais só ocupam espaço no orçamento
• Compare o que você planeja gastar com o que realmente gasta (sem julgamentos por ora)

Cada pessoa tem uma forma de lidar com o dinheiro, e você precisa entender a sua: “eu gasto sem pensar ou eu guardo demais?”, “meu salário vai quase todo para pagar o cartão de crédito ou consigo encontrar um equilíbrio?”...

Aproveite a oportunidade para se aprofundar nos estudos sobre educação e planejamento financeiro, pois, quanto mais você aprende, mais fácil ficam as tomadas de decisão!

2. Coloque suas contas no papel

Então, conforme você construir sua jornada rumo à educação financeira, comprometa-se com anotar até os menores gastos: a ideia é tanto você conseguir perceber padrões negativos que podem passar despercebidos quanto organizar suas contas.

Comece pelos gastos fixos, como aluguel, conta de luz e de internet e, depois, registre os variáveis, como alimentação, transporte e lazer. Finalmente, separe-os por categorias para saber para onde o seu dinheiro está indo e aonde dá para economizar.

Mantenha os registros atualizados diariamente ou, no máximo, semanalmente.

3. Organize um orçamento que faça sentido para a sua realidade

Já sabendo quanto você gasta e quanto ganha, distribua o dinheiro que com certeza cai na sua conta todos os meses entre despesas essenciais e reserva de emergência.

Veja até se você consegue separar algum valor para lazer ou objetivos pessoais, mesmo que a cada bimestre, trimestre, duas vezes por ano, enfim!

Defina limites de gastos para cada categoria e vá se guiando por esse orçamento para tomar decisões. Faça ajustes conforme a sua renda mudar ou surgirem novas prioridades.

4. Defina metas financeiras alcançáveis

Contas no papel e orçamento feito? Trace alguns planos para o futuro, pensando em direcionar a sua grana ao que faz mais sentido para você tanto a curto quanto a longo e médio prazos.

Certifique-se de especificar ao máximo todas as suas metas (para si mesmo, nas suas anotações!) e de que elas sejam alcançáveis e comece com pequenos objetivos, como:

• Guardar R$ 200 por mês para uma reserva de emergência
• Quitar uma dívida de cartão de crédito em seis meses
• Economizar por um ano para viajar
• Direcionar R$ 350 todo mês para cursos ou especializações
• Etc.

Essas metas visíveis e que dependem de cuidado diário vão ajudar você a criar disciplina e confiança rumo à sua independência financeira.

No mais, comemore suas pequenas conquistas ao longo do caminho, mesmo que pareçam simples, porque cada avanço é uma demonstração de que sua conscientização está progredindo.

5. Monte uma reserva financeira

Parte essencial das metas de qualquer pessoa que está aprendendo sobre planejamento financeiro, a criação de uma reserva de dinheiro é sinônimo de tranquilidade quando chegar a hora de lidar com imprevistos.

Já imaginou poder dizer “eu pago, faz parte” sem se preocupar com prejudicar seu orçamento do mês?

E começar a guardar não precisa ser complicado:

1. Defina um valor mensal que faça sentido para você
2. Não comprometa despesas essenciais
3. Coloque a grana em outra conta ou num investimento de fácil acesso

Se você receber algum dinheiro extra, tente guardar uma parte no “porquinho” também!

6. Aprenda a cortar gastos

Por último, mas não menos importante, a aula de corte de gastos faz parte do cronograma da educação financeira.

E se você tivesse um professor para essa matéria, pode apostar que ele diria: “cortar gastos não significa viver triste e sem fazer ou comer o que você gosta, mas identificar despesas desnecessárias e economias possíveis de serem feitas sem que haja perda da qualidade de vida”.

Então, a nota 10 na atividade depende de um olhar atento para os seus hábitos do dia a dia e de:

• Encerramento de assinaturas que não usa ou não são mais prioridade
• Corte de serviços contratados na base da empolgação
• Pesquisa de preços antes de qualquer decisão
• Listas de compras para ir a qualquer lugar (evitando comprar sem precisar)
• Economia de energia elétrica e água
• Substituição de eletrodomésticos por opções mais econômicas
• Preparo de refeições em casa em vez do uso excessivo de delivery
• Renegociação de prazos de pagamentos em caso de dívidas
• Dentre outras iniciativas similares

Dá para agir sem abrir mão do que realmente importa para você! Dica extra: tem vontade de adquirir um produto, mas ele não é urgente? Crie um lembrete no calendário para voltar à compra quando chegar uma grande oportunidade promocional, tipo a Black Friday!

E, se você chegou até aqui, a última etapa da sua aprendizagem vai ser reservar um tempo na semana para conferir os gastos, comparar com o orçamento (passo #3) e ajustar o que for necessário.

Enfrente os desafios da criação de hábitos financeiros saudáveis

No decorrer do seu processo de evolução, se perceber que um ou mais dos obstáculos adiante estão diminuindo o seu ritmo, lute contra eles.

• Falta de consciência sobre quanto entra e sai do bolso ou da conta
• Desconsideração de despesas pequenas do dia a dia
• Ausência de prioridades, objetivos e metas
• Resistência aos velhos hábitos e comportamentos financeiros
• Falta de planejamento e/ou registros corretos
• Acúmulo de dívidas sem negociação ou plano de pagamento
• Comparação com os outros ou pressão externa no online e no offline (família, amigos)
• Dificuldade de compreensão de temas ligados à educação financeira, como juros, investimentos etc.

Agarre-se aos princípios básicos da educação financeira; os 4 R's: reconhecer, registrar/anotar, revisar e realizar.

Ferramentas que podem ajudar nos cuidados com a sua grana

Antes de ir, se quiser, anote alguns nomes de ferramentas digitais capazes de lhe ajudar  a controlar gastos, rever metas e organizar o seu dinheiro de um jeito mais fácil:

Aplicativos de controle financeiro

• Para que servem: monitorar receitas e despesas, visualizar o alcance de metas
• Recursos: muitos apps têm gráficos e até alertas, além de IA
• Aonde encontrar: loja de aplicativos do seu celular
• Obs: alguns são grátis, outros cobram por mês ou ano, verifique isso antes de baixar

Planilhas personalizadas

• Para que servem: registro de gastos e organização por categoria
• Recursos: diferentes cortes e filtros
• Aonde encontrar: você pode baixar modelos prontos ou criar a sua no Excel ou no Google Sheets, por exemplo

Cursos online

• Para que servem: ensinam diversos conceitos do mundo das finanças e ajudam tanto com investimentos quanto com organização do dinheiro no dia a dia
• Recursos: aulas e até materiais complementares em alguns casos
• Aonde encontrar: Coursera e Udemy são plataformas famosas, mas existem outras; o YouTube também tem opções

Calculadores financeiras

• Para que servem: alguns sites as disponibilizam para simulação de parcelamentos, empréstimos, juros, consórcios, investimentos etc.
• Aonde encontrar: portais confiáveis da web, geralmente pertencentes a fintechs ou similares

E por falar em bancos, lembre-se de que os próprios aplicativos internet banking oferecem, hoje em dia, a possibilidade de programação de avisos sobre datas de pagamentos, limites de gastos e movimentações financeiras, bem como a categorização de despesas!

Checklist para impressão: planejamento financeiro bem-sucedido

Esperamos um ✓ em tudo, hein!